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Mostrando postagens de junho, 2020

Temporada final de "Dark" justifica escolhas do roteiro e não se perde ao amarrar tramas

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Divulgação/Netflix A ficção científica alemã "Dark" se apresentou, desde o início, como um labirinto de mistérios, teorias e incertezas, que foi capaz de prender os espectadores em becos sem saída e caminhos repetidos por conta da complexidade da história. Não por acaso, a série fez diversas referências ao mito grego de Ariadne, a filha do rei de Tebas que se apaixonou por Teseu. Tentando provar seu heroísmo, Teseu se ofereceu para enfrentar o Minotauro que vivia no labirinto construído do Dédalo. Antes da tarefa, ele recebeu da apaixonada Ariadne uma espada e um novelo de linha, para que encontrasse o caminho de volta. Além das citações, "Dark" incorporou na trama o recurso do fio que servia para orientação, que estava na caverna que abrigava os portais para as viagens no tempo. Com o lançamento dos episódios da terceira e última temporada, é possível perceber que o mito grego inspirou ainda mais o roteiro. Antes de tudo, é preciso dizer que não dá para f

"Coisa Mais Linda" mantém discurso relevante, mas apresenta tramas de pouco movimento

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Divulgação/Netflix As mensagens transmitidas pelas trajetórias das personagens de "Coisa Mais Linda" são, desde a primeira temporada, a base de sustentação da história e representam a principal contribuição que a atração pode dar para quem assiste. O relevante discurso feminista é a força da produção e tem a capacidade de provocar inspiração, as mulheres, inclusive, têm mais propriedade para falar disso. No segundo ano da série, lançado recentemente na Netflix, isso não muda, mas os novos episódios deixam claro que é preciso investir mais em dramaturgia. "Coisa Mais Linda" começa a segunda temporada com Malu (Maria Casadevall) se recuperando do tiro que levou de Augusto (Gustavo Vaz) no réveillon. Ela é informada que Lígia (Fernanda Vasconcellos), a melhor amiga, não resistiu aos ferimentos provocados pelo ataque do marido machista. Essa, no entanto, não é a única descoberta que a protagonista faz em 1960, depois da traumática virada de ano. Pedro (Kiko Berth

Conflitos da maternidade agregam reflexões sobre racismo e privilégios em "Little Fires Everywhere"

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Divulgação/Hulu A maternidade, das alegrias aos dilemas provocados por ela, é uma tema recorrente em histórias, especialmente nas melodramáticas, cuja influência tem aparecido com mais frequência em diferentes produtos audiovisuais. Bebendo dessa fonte, a minissérie "Little Fires Everywhere" explora conflitos entre mães e filhos, mas acrescenta outros ingredientes a essa mistura, provocando reflexões sobre racismo, respeito às diferenças e privilégios. Em oito episódios, a produção, disponibilizada na Amazon Prime Video, é baseada no livro de mesmo nome de Celeste Ng e ambientada na década de 90, em Shaker Heights, no estado norte-americano de Ohio. A comunidade se orgulha dos padrões estabelecidos para a vida no local, difundindo exemplos e regras em panfletos, além de produzir fitas cassetes com orientações para os novos moradores. Tudo parece perfeito, mas, por trás desse verniz, ficam escondidos preconceitos e outras atitudes que excluem os que não se encaixam naque

Perguntas que "Dark" precisa responder na terceira e última temporada

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Divulgação/Netflix O drama alemão "Dark" é daquelas séries que deixam mais dúvidas do que responde perguntas para o espectador ao final de cada temporada. É esperado, no entanto, que o terceiro e último ano da produção, que chega à plataforma de streaming Netflix no dia 27 de junho, apare as arestas da ficção científica e esclareça as questões que ficaram pendentes nos episódios anteriores. Ao mesmo tempo em que diverte, "Dark" é um entretenimento que não acaba com os episódios. As dúvidas geram curiosidades que estimulam conversas entre amigos, pesquisas na internet e a elaboração de teorias sobre os desfechos reservados para o final da série. Conceitos de tempo são desenvolvidos a partir do desaparecimento de um garoto, em uma pequena cidade alemã. Depois disso, a narrativa hipnotizante mostra as ligações entre passado, presente e futuro, além da interferência de pessoas e objetos nesses períodos. O "Paradoxo de Boostrap", citado em alguns epi

"Tieta" chega ao Globoplay trazendo humor e mensagem sobre liberdade

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Divulgação/TV Globo Um carro dá voltas ao redor da praça de uma pequena cidade do Nordeste brasileiro. Ao som de Fafá de Belém, a câmera detalha as joias da motorista, indicando riqueza. Em seguida, a porta do veículo abre e quem desce é Tieta (Betty Faria), retornando à terra natal depois de 25 anos. Essa é apenas uma das sequências e símbolos marcantes de "Tieta", novela que passa a fazer parte do catálogo da plataforma de streaming Globoplay. O folhetim, que foi ao ar pela primeira vez há mais de 30 anos, é considerado até hoje um dos maiores êxitos do gênero. Se alguém fizer um clipe com os principais momentos da televisão brasileira, é impossível que "Tieta" fique de fora, sendo muito provável que mais de uma cena ou personagem ganhe destaque. O ponto de partida da novela é o romance "Tieta do Agreste", de Jorge Amado, mas um dos autores do folhetim, Aguinaldo Silva, já disse que muitas tramas tiveram que ser inventadas para sustentar uma nov

Séries para ver (ou rever) durante período de distanciamento social - parte 3

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Divulgação/Netflix/Hulu Mesmo com o número de casos do novo coronavírus ainda subindo, muitos estados brasileiros autorizaram a reabertura do comércio, o que, diga-se de passagem, provocou aglomerações em várias cidades, ainda que esses planos sejam chamados de "conscientes", "graduais" e "responsáveis" pelos governantes. Mesmo assim, o distanciamento social segue recomendado por órgãos de saúde para evitar a propagação da Covid-19. Em São Paulo, por exemplo, ainda que flexibilizada, a quarentena continua em vigor e, com ela, a recomendação para que as pessoas fiquem em casa. Com tantas incertezas, angústias e, sobretudo, vigilância, precisamos cada vez mais de atividades que nos permitam alguns momentos de fuga de realidade, até para que possamos respirar fundo para encarar com mais força o que está lá fora. Para tentar contribuir um pouco com isso, aqui vão mais algumas dicas de séries para ver ou rever nessa época de distanciamento social: