Boas reviravoltas mostram fôlego de "Scandal" para novo ano da série

Depois de varrer a sujeira das figuras públicas de Washington para debaixo do tapete e tentar encobrir todos os rastros da fraude que levou Fitzgerald Grant (Tony Goldwyn) à Casa Branca, Olivia Pope (Kerry Washington) e seus "gladiadores de terno" suaram a camisa no terceiro ano de "Scandal", que terminou na última quinta-feira (17), nos Estados Unidos, depois de uma temporada de apenas 18 episódios, reduzida em relação às demais por conta da gravidez da protagonista.
Nos episódios finais, Olivia tenta destruir o B-613, uma organização ultrassecreta criada para "manter o equilíbrio" do poder na terra do Tio Sam. Cercado de mistérios e fazendo serviços que nem o FBI ou a CIA são capazes de realizar, o B-613 mata e forja acontecimentos, sempre com a desculpa de proteger a nação americana de um colapso. Convencida de que a organização, na verdade, é criminosa e prejudicial à América, Olivia e seus associados decidem vasculhar os dados e contas do governo para descobrir de onde vem o financiamento para o grupo.
Quando descobre a fonte de renda do B-613 e seus planos de funcionamento, Olivia não exita e destrói todas as informações, desativando a organização. O plano, porém, acaba deixando o presidente dos Estados Unidos vulnerável, já que ele está sendo cassado pela terrorista internacional Maya Pope (Khandi Alexander), a mãe de Olivia, que, por sua vez, está sendo perseguida por Rowan Pope (Joe Morton), seu ex-marido.
Alvo fácil sem a proteção do B-613, o presidente Grant é avisado de que está sob ameaça e, com isso, precisa ficar preso na Casa Branca nos últimos dias da campanha eleitoral, o que dá alguma vantagem a Sally Langston (Kate Burton), a vice-presidente que traiu Grant para concorrer contra ele nas eleições. Enquanto o dia da votação se aproxima, Olivia tenta descobrir os planos da mãe e impedir que a terrorista plante uma bomba para matar o presidente.
Com boas surpresas e reviravoltas, "Scandal" firma-se como um bom drama político da televisão atualmente. O roteiro é todo muito bem amarrado, o que é fundamental numa trama como essa, que envolve conspirações e grupos de espionagem. A criação dos personagens, todos ambíguos e cheios de nuances, são outro ponto-chave do sucesso da série. Ninguém está livre dos pecados e das escolhas erradas em "Scandal".
Kerry Washington exerce bem a função de protagonista e deixa transparecer todos os conflitos internos de Olivia, que vão desde sua participação na fraude das eleições do presidente Grant até o conturbado amoroso que mantêm com ele, sempre ameaçado pelos problemas da Casa Branca e do casamento com a primeira-dama Mellie (Bellamy Young). Uma parte do sucesso da série, no entanto, vem dos bons atores secundários, que conduzem bem as histórias paralelas e entrelaçadas. Vale destacar os trabalhos de Kate Burton, Joe Morton, Guillermo Diaz, Jeff Perry e Katie Lowes.
Os escândalos que envolvem Olivia Pope e a Casa Branca encerraram o ciclo da terceira temporada, mas deixaram ótimos ganchos para um novo ano da série. Depois de fraudes, traições, assassinatos e espionagem, não dá para saber o que está por vir. Só é possível prever que, como de praxe, será um verdadeiro "Scandal".

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