"SuperStar" possui ótimo formato, mas precisa aparar as arestas

A equação de música e interação com o público não é nenhuma novidade na televisão. "Fama", "American Idol", "The Voice", "America´s Got Talent", "The X Factor" e tanto outros surgem aos montes por aí, com algumas experiências bem sucedidas. Levando mais um formato para a telinha, a TV Globo estreou o "SuperStar" com a proposta de lançar uma nova banda no mercado. Com o final da temporada do programa, exibido no último domingo (6), pudemos observar que a meta de trazer músicos de qualidade para a TV aberta deu certo. Mesmo assim, alguns erros ainda precisam ser sanados para que o programa decole ainda mais.
A primeira e mais importante qualidade do "SuperStar", sem dúvida nenhuma, é a qualidade das bandas apresentadas. Salvo algumas exceções, o programa apresentou ao público ótimos cantores e instrumentistas dos mais variados gêneros. A diversidade de talentos, proporcionada pelas escolhas do público, mostrou como o Brasil é um país rico musicalmente e que muitos grandes profissionais estão fora do mercado, que, muitas vezes, absorve modismo e músicas de gosto duvidoso, e não dá espaço para a boa música.
Sobre as quatro bandas que chegaram à final, as escolhas não poderiam ser mais acertadas. A vencedora "Malta" conquistou o voto do público com um rock romântico de muita qualidade, com ótimas composições autorais e uma excelente versão de "I Don´t Wanna Miss A Thing", do Aerosmith, que impressionou. "Jamz" também tem um diferencial musical que contagia. O mesmo pode ser dito de "Suricatos", que apresentaram um ótimo trabalho. "Luan e Forró Estilizado" também foi uma grata surpresa, resgatando clássicos do forró e da música nordestina de uma maneira muito particular.
O último programa da temporada, no entanto, não foi feito só de boa música. Na ocasião, o público pôde ver os problemas que marcaram todas as apresentações do "SuperStar". Exibido ao vivo, o programa teve muitas gafes e erros de produção que prejudicaram os apresentadores, em especial Fernanda Lima, que é ótima, mas pareceu perdida durante a temporada. Em certas ocasiões, as falhas deixaram uma impressão de falta de cuidados e acabamento com o programa.
Outro erro que, ao que me parece, precisa ser corrigido para a próxima temporada é o júri. É inegável a representatividade que Ivete Sangalo, Fábio Jr e Dinho Ouro Preto têm para o mercado musical, mas a presença deles no "SuperStar" expôs o equívoco que a escolha dos mesmos representou. O programa precisa de profissionais que saibam julgar aquelas bandas, figuras que estejam ali realmente para aconselhar e orientar os grupos, deixando suas opiniões embasadas. O que vimos, ao contrário, foram comentários vazios e condescendentes, do tipo "Estava Ótimo" ou "Muito Legal". "The Voice Brasil" sofre do mesmo mal.
Por fim, acho necessário que o horário do programa seja repensado. Limitar o bom formato do programa às noites de domingo (ou madrugadas de segunda) é "gastar cartucho" à toa e perder a oportunidade de conquistar um número maior de telespectadores e, consequentemente, de audiência e votos para a disputa.
Bom entretenimento, "SuperStar" tem um formato interessante e potencial para continuar por muitas temporadas. Mas, para isso, as arestas precisam ser aparadas. Afinal, a qualidade das bandas precisa ser amparada por um programa no mesmo patamar.

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