"Game of Thrones" termina temporada com bons desfechos e sacrifício de personagem central

George R. R. Martin e os produtores de "Game of Thrones" já mostraram que não têm piedade por nenhum de seus personagens. Lá atrás, na primeira temporada, Ned Stark (Sean Bean), aquele que parecia ser o protagonista da série, foi acusado de traição e decapitado. A família Stark, uma das centrais na luta pelo trono de ferro, também teve mais baixas com as mortes de Robb (Richard Madden) e Catelyn Stark (Michelle Fairley). O impiedoso Joffrey Baratheon (Jack Gleeson) não foi poupado e morreu envenenado. Agora, no final da quinta temporada, exibido neste domingo (14), foi a vez de um novo e importante personagem central sair de cena.
O último episódio começa com a caminhada de Stannis Baratheon (Stephen Dillane) até Winterfell, que ele pretende tomar das mãos dos Boltons, que se autointitulam os novos líderes do norte de Westeros. Em desvantagem e aconselhado pela feiticeira Melisandre (Clarice van Houten), Stannis sacrifica a filha Shireen (Kerry Ingram), que é amarrada e queimada viva. A atitude faz com que muitos homens do exército dele fujam e também provoca o suicídio da esposa de Stannis, Selyse (Tara Fitzgerald).
Mesmo em menor número e sem Melisandre, que foge ao perceber a desvantagem, Stannis decide atacar Winterfell, mas vê seu exército ser massacrado pelos homens dos Boltons. Agonizando após a derrota, ele encontra Brienne (Gwendoline Christie), que jurou vingar a morte de Renly Baratheon (Gethin Anthony). Sentenciado à morte pela guerreira, a cena deixa a dúvida quanto à morte de Stannis, já que a execução não é mostrada.
Enquanto a batalha acontece, Sansa Stark (Sophie Turner), que foi convencida a se casar com Ramsay Bolton (Iwan Rheon), cansa de viver à mercê do sádico personagem e decide pedir ajuda para fugir de Winterfell. Ela é confrontada e ameaçada pela amante de Ramsay, mas, depois, é salva por Theon (Alfie Allen), que mata a amante do herdeiro Bolton e ajuda na fuga de Sansa, pulando com ela o muro da fortaleza.
Em Braavos, Arya Stark (Maisie Williams) continua seu treinamento com Jaqen (Tom Wlaschiha) para se tornar exímia na arte do disfarce. Apoderando-se de um dos muitos rostos do mestre, a garota mata Meryn Trant (Ian Beattie), um dos nomes de sua lista de vingança. A atitude, no entanto, é repreendida por Jaqen, que acusa Arya de não estar pronta para sua missão. Em seguida, a menina acaba ficando cega.
Em Dorne, Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau) é autorizado a voltar para King´s Landing com Myrcella (Nell Tiger Free). Durante o início da viagem, a jovem revela saber que Jaime é seu pai e mostra aceitar bem o fato de ele ser irmão de sua mãe, Cersei (Lena Headey). Poucos instantes depois, Myrcella começa a sofrer com os efeitos de um beijo venenoso dado por Ellaria (Indira Varma), inimiga declarada dos Lannister e que toma o único antídoto para o veneno.
Longe de Meereen depois de sofrer uma emboscada, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) é levada por seu dragão até um região cercada por um exército dothraki. Para encontrá-la, Jorah (Iain Glen) e Daario (Michiel Huisman) deixam a cidade e partem em uma jornada, deixando o comando de tudo com Tyrion (Peter Dinklage), Missandei (Nathalie Emmanuel) e Verme Cinzento (Jacob Anderson).
Um dos melhores momentos do episódio e da série ficou por conta da punição de Cersei, vítima do julgamento da Fé dos Sete, grupo religioso que exerce grande influência em King´s Landing. Depois de confessar ter tido um caso com o primo, enquanto ainda era casada com o rei Robert, a rainha recebe a misericórdia dos deuses, mas, antes, precisa passar por uma expiação. Para chegar até o castelo, Cersei é obrigada a andar nua e com os cabelos cortados no meio de seus súditos, enquanto é hostilizada e machucada por eles.
Por fim, o episódio mostra a morte de Jon Snow (Kit Harington), assassinado por seus subordinados da Patrulha da Noite. O comandante é emboscado pelos "companheiros" e esfaqueado diversas vezes por ter tomado a decisão de ajudar os Selvagens. O menino Olly (Brenock O'Connor) desfere o golpe final, por nunca ter se conformado pela morte dos pais, assassinados pelos Selvagens. 
Criticada por muito fãs dos livros de George R. R. Martin, nos quais se baseiam a série, a nova temporada de "Game of Thrones" consegue mostrar, a cada novo ano, que pode caminhar com suas próprias pernas e ousar para surpreender o público, inclusive aquele que já conhece a obra literária. Os roteiros dos episódios continuam muito bem escritos, criando boas cenas e destinos para os personagens.
A principal qualidade da série ainda é sua capacidade de analogia e reflexão, já que muitos temas abordados na produção, como política e religião, conseguem dialogar com a vida real. Histórias desse quinto ano, como a influência do grupo religioso Fé dos Sete no governo de King´s Landing e os ataques dos Filhos da Harpia contra o reinado de Daenerys em Meereen merecem ser destacados como bons enredos desse quinto ano.
Mesmo tendo tramas contestadas pelos fãs da série "As Crônicas de Gelo e Fogo", "Game of Thrones" constrói uma marcante carreira na televisão, como uma série madura, bem escrita e com personagens marcantes. Só não se apegue a nenhum deles, pois qualquer um ali, em qualquer momento, pode morrer. Não duvide disso!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mesmo com protagonista descaracterizada, "Gabriela" foi bom entretenimento

Final de "Revenge" decepciona e desvaloriza confronto entre protagonistas

The Blacklist apresenta novo gancho para trama central e introduz spin-off arriscado