Trama confusa e personagens mal explorados atrapalham conclusão de "Once Upon a Time"

Divulgação/ABC
Todo conto de fadas tem a hora certa para o fim, quando os personagens passam a viver "felizes para sempre". No mundo das séries, no entanto, ignorando a coerências das histórias, emissoras e produtores podem ignorar o momento de dizer adeus e prolongar a trama, mesmo com tantos fatores que apontem o contrário. "Once Upon a Time", que teve a oportunidade de terminar na sexta temporada, com a saída da protagonista e de parte do elenco, foi renovada por mais um ano e, desde então, apresentou um enredo confuso e personagens mal aproveitados, o que enfraqueceu a conclusão da atração, que foi ao ar na última sexta-feira (18), nos Estados Unidos.
Na sétima e equivocada temporada, "Once Upon a Time" apresentou uma nova maldição, que levou os personagens das histórias infantis para um bairro de Seattle. O plano foi arquitetado por Goethel (Emma Booth), uma protetora da natureza que caiu em uma armadilha de humanos e, com intenção de se vingar, acabou se transformando em uma feiticeira. Com a maldição, ela pretendei voltar a seu lugar de origem e trazer de volta o Clã das Bruxas, que iria ajudá-la a atingir os objetivos.
Com a ajuda de Lucy (Alison Fernandez) e depois do beijo de amor verdadeiro de Henry (Andrew J. West), a maldição é quebrada e a memória de todos é restaurada, trazendo de volta todas as lembranças das vidas deles no reino das histórias. Nos episódios finais, uma outra ameaça se apresenta: uma versão de Rumplestiltskin (Robert Carlyle), vinda do reino dos desejos, aparece para impedir que o ex-vilão original se livre dos poderes da adaga que concentra a força do Senhor das Trevas.
Diante da missão final, Regina (Lana Parrilla), Gancho (Colin O´Donoghue), Henry e Rumple vão ao reino dos desejos para impedir o plano do vilão e salvar Lucy e Cinderela (Dania Ramirez), que foram feitas reféns dele. A operação de resgate ainda conta com Alice (Rose Reynolds) e Robin (Tiera Skovbye), que voltam a Storybrooke para pedir a ajuda de Zelena (Rebecca Mader), Branca de Neve (Ginnifer Godwin) e Encantado (Josh Dallas).
Divulgação/ABC
Repetindo a fórmula da primeira temporada, para marcar o que seria um recomeço para a série, "Once Upon a Time" apresentou um sétimo ano bastante desregular. Algumas ideias de conflitos e histórias até eram boas, mas foram mal desenvolvidas e não empolgaram como antes. Por vezes, o roteiro parecia não saber para onde ir, se perdendo em explicações sobre a nova maldição ou justificando o envolvimento de alguns personagens nela.
A confusão dos acontecimentos fez com que personagens com bom potencial fossem pouco aproveitados. Os vilões Goethel e Facilier (Daniel Francis), mesmo envolvidos em alguns momentos decisivos da trama, pouco contribuíram e poderiam ter ajudado a movimentar mais o enredo. A inclusão de versões dos personagens, vindos do reino dos desejos, poderia ter sido uma premissa melhor explorada, mas até serviu ao propósito de homenagear a trajetória da série.
Apesar dos tropeços, os episódios finais da série, que incluem o fim da maldição e a missão decisiva dos personagens contra Rumplestiltskin, foram os que melhor funcionaram. Mesmo não tão empolgante, a conclusão da história acerta ao resgatar personagens que marcaram outras temporadas, ainda que alguns tenham cenas desnecessárias. As sequências finais e a rápida volta de Emma (Jennifer Morrison), que deixou a atração na temporada passada, não são tão impactantes, mas funcionam.
"Once Upon a Time" perdeu o timing do "felizes para sempre" na sexta temporada e decidiu continuar por mais um ano. Aos trancos e barrancos, a partir de uma trama confusa e mal explicada, com personagens pouco aproveitados, a série chegou aos episódios finais com mais ânimo e, ainda que não tenha conseguido despertar a mesma atenção, apresentou desfechos que funcionaram. O adiado "final feliz" dos personagens veio, mesmo não sendo o ideal. Antes tarde do que nunca.

ONCE UPON A TIME (sétima e última temporada)

COTAÇÃO: ★★ (regular)

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