Faltou "a voz" no primeiro "The Voice Brasil"


Tentar julgar um cantor apenas pela voz, sem deixar que a aparência interfira na decisão. Essa é a proposta do reality show "The Voice", cuja versão brasileira estreou neste domingo (23), na TV Globo.
No formato do programa, quatro jurados ficam de costas para o palco e escolhem cantores para seus times. Para fazer isso, eles devem apertar um botão vermelho, que vira suas cadeiras e revela a identidade do cantor. Quando mais de um jurado escolhe um cantor, o participante decidirá para qual time vai entrar. Além de julgar, os quatro profissionais funcionam como técnicos daqueles que buscam a carreira artística.
Apesar de seguir basicamente a mesma estrutura do original, "The Voice Brasil" não teve um primeiro episódio empolgante. Faltou uma grande voz na estreia, já que é exatamente isso que o programa busca. Cantores como Gustavo Fagundes e Ellen Oléria fizeram bonito e mostraram que podem ser os grandes destaques da temporada. No entanto, aquela interpretação marcante de uma canção não veio e "a voz" não apareceu.
Acho, também, que faltou agilidade à edição do programa. Comparando com a edição norte-americana, "The Voice Brasil" não me pareceu tão dinâmico e vivo. Mas, esse foi só o primeiro programa e isso não pode ser levado em consideração para julgar a temporada toda.
Quanto aos jurados da versão brasileira, Carlinhos Brown, Cláudia Leite, Lulu Santos e Daniel, é incontestável que são nomes de expressão na música brasileira mas, para mim, também está faltando "a voz" sentada naquelas cadeiras, avaliando os cantores. O Brasil é um país muito rico musicalmente, com estilos e timbres variados, e uma voz mais marcante faz falta ali. Mas, esse é um ponto subjetivo.
"The Voice" tem um formato interessante e diverte. Porém, a versão brasileira precisa ganhar mais dinamismo e encontrar o principal: uma voz impactante, "a voz".

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