The Blacklist apresenta novo gancho para trama central e introduz spin-off arriscado

Definitivamente, "The Blacklist" é uma série que pegou e mostra, ao longo dos episódios, uma capacidade louvável de renovação. O roteiro instigante, os casos policiais e as boas atuações construíram o sucesso da produção, que agora caminha para o quarto ano. No encerramento da terceira temporada, que foi ao ar na quinta-feira (20), nos Estados Unidos, um novo gancho para a história foi apresentado, parecendo direcionar, ainda mais, o enredo para as origens do relacionamento entre os protagonistas.
Depois de um penúltimo episódio que serviu para introduzir o spin-off "The Blacklist: Redemption", do qual falaremos mais adiante, a série encerrou seu terceiro ano com uma tentativa de Raymond Reddington (James Spader) de matar Alexander Kirk (Ulrich Thomsen), o responsável pelo assassinato de Elizabeth Keen (Megan Boone). Para isso, ele usa os recursos adquiridos com a ajuda de Scottie Hargrave (Famke Janssen), a mulher contratada para executar o serviço e que, depois, ajudou o protagonista a chegar até Kirk.
A partir de um plano que envolve o Senador Diaz (Benito Martinez), que tem pretensões de chegar à Casa Branca, Reddington consegue que Kirk seja obrigado a prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento com terrorismo e petróleo contrabandeado. Com isso, ele espera ter a oportunidade de matar o assassino de Keen, vingando, assim, a morte de agente.
Reddington acaba chegando perto de matar o inimigo, mas descobre que Kirk decidiu não prestar o depoimento para o qual era esperado. Ao invés disso, o bandido parte para Cuba, seguindo pistas que podem levá-lo a encontrar Tom (Ryan Eggold) e a bebê Agnes, fruto do relacionamento dele com Elizabeth. O desvio de Kirk acaba, no entanto, revelando que, na verdade, a agente do FBI está viva e também pode acabar sendo encontrada pelo homem que quer matá-la.
A revelação permite que Reddington conheça os detalhes do plano elaborado por Kaplan (Susan Blommaert), uma de suas mais fiéis aliadas, para tirar Elizabeth da convivência do protagonista, protegendo, assim, a agente. Reddington chega tarde em Cuba, quando Elizabeth já está nas mãos de Kirk e acaba descobrindo que ele é seu...
Série vai ganhar o spin-off "The Blacklist: Redemption"
Sempre como tema principal em "The Blacklist", a relação entre Elizabeth e Reddington ganha novos contornos a cada ano e promete, a partir do gancho deixado no fim da temporada, ser retratado de forma mais intensa daqui para frente. A construção desse enredo é um grande mérito da série, que continua demonstrando uma incrível capacidade de renovação. A revelação gradativa dos laços que ligam os protagonistas prova que os criadores e roteiristas têm controle absoluto da história que estão levando ao público.
O sucesso da série explica a decisão de criar uma outra produção derivada da original. Essa escolha, no entanto, em um primeiro momento, parece desnecessária e, até mesmo, arriscada. Com uma proposta semelhante, "The Blacklist: Redemption", que será protagonizada por Famke Janssen, introduzida no penúltimo episódio desta terceira temporada, pode acabar "esvaziando" tanto a si mesma quanto a original. Mais do que nunca, a nova série precisará do talento dos roteiristas para construir uma identidade e caminhar com as próprias pernas.
Para finalizar, é necessário destacar, mais uma vez, que "The Blacklist" é bem-sucedida, em grande parte, por conta da atuação de James Spader. Excepcional, o ator construiu um protagonista que já pode ser colocado entre os grandes personagens da TV. As nuances e o arco do personagem são construídos com muita competência e fazem toda a diferença para a história. Nesta terceira temporada, em um episódio que explicou a relação de Reddington com o passado de Elizabeth, Spader, aliado ao bom roteiro, deu mais um de seus muitos shows. Sem dúvida, um ator que merece vencer algum prêmio pelo papel.
Sempre ótima até aqui, "The Blacklist" finaliza a terceira temporada sinalizando novos passos em direção às explicações sobre os laços que unem Reddington e Elizabeth. Se mantiver a eficiente capacidade de renovação, a série ainda pode render vários bons momentos. Já sobre o aparentemente desnecessário spin-off, só o tempo vai dizer se essa foi uma escolha acertada ou não. 

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