"Suburgatory" mistura diversos clichês sem sucesso

Sabe aquela sensação de "eu já vi isso antes"? É exatamente esse o sentimento que surge ao final do primeiro episódio de "Suburgatory", série da ABC que estreou na última quarta-feira (28), nos Estados Unidos.
A trama começa com a mudança de Tessa (Jane Levy) e seu pai George (Jeremy Sisto) para o subúrbio, depois de morarem a vida toda em Manhattan. George acredita que, num lugar mais tranquilo, poderá educar melhor a filha. Quando chegam ao novo bairro, são recebidos por vizinhos curiosos, assustadoramente gentis e com hábitos totalmente diferentes dos que eles estão acostumados.
Tessa parece não se encaixar em um bairro em que as mães levam as filhas à manicure, dirigem minivans e usam roupas cor-de-rosa. Quando chega à nova escola, se estranha com Dalia (Carly Chaikin), uma patricinha que adora humilhar os que ela considera inferiores. Paralelo a isso, George conhece Dallas (Cheryl Hines), a mãe de Dalia, que se oferece para ajudá-lo a fazer com que Tessa se sinta como uma menina do subúrbio.
"Suburgatory" parece, avaliando este primeiro episódio, uma colagem mal feita de clichês. Todos os elementos da série podem ser facilmente resgatados em sua memória. A trama da menina que não se encaixa no universo das patricinhas já foi abordado por outras produções do cinema e da televisão e, para citar um exemplo, o perfil das personagens da série lembra muito o filme "Meninas Malvadas", com Lindsay Lohan.
Querer fazer graça com a vida em um subúrbio tipicamente americano, com cercas brancas e vizinhos receptivos, também é um clichê abordado com certa frequência. A aparência das mulheres e a atitude de seus maridos também se apresentaram de maneira semelhante no filme "Mulheres Perfeitas", com Nicole Kidman. A série "Desperate Housewives" também se propõe, com mais sucesso, a retratar o cotidiano de moradores de um subúrbio.
Não veria problema nenhum em "Suburgatory" querer fazer comédia com a vida no subúrbio e os outros clichês, desde que fizesse isso de uma maneira eficiente. Mas, não é isso que acontece. O texto da série parece tentar fazer piadas e ironias, mas tudo o que consegue é apresentar um roteiro bobo e sem ritmo. Isso torna os clichês maçantes e a trama arrastada e sem graça.
"Suburgatory" poderia usar o clichê da trama ao seu favor e transformar a série numa sátira à vida no subúrbio, mas seguiu o caminho do "humor" bobo e raso. A série mostra que o tão criticado clichê pode ser muito pior quando não é sustentado por um bom roteiro.

Comentários

  1. Concordo plenamente, essa série é chata, sem graça, preconceituosa e caricata! Não sei porque insistem em colocar no ar algo que todos sabemos que será cancelado ao final da primeira temporada. Aliás estou torcendo para que isso aconteça logo, e que a série seja substituída por uma mais tolerável.

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