"The Big C": o que você faria se soubesse que vai morrer logo?


Todo mundo já parou para pensar: o que eu faria se o mundo acabasse hoje? As respostas podem ser várias e, na maioria dos casos, comuns: "vou aproveitar a vida", "fazer tudo que não tinha coragem antes", "ser feliz". No caso de Cathy, a pergunta que ela se fez foi um pouco diferente, mas com o mesmo significado. Quando descobriu que estava com câncer, Cathy decidiu que seria feliz até que a doença a levasse. Tradicional e "certinha" demais, ela se viu diante de uma imensa interrogação: o que fazer agora que sei que estou prestes a morrer?
Esse é o ponto de partida da série "The Big C", comédia dramática estrelada por Laura Linney e exibida no Brasil pelos canais HBO. Com descoberta da doença, Cathy se transforma em uma mulher totalmente diferente da que era. Em plena separação do marido Paul (Oliver Platt) e sempre às turras com o filho Adam (Gabriel Basso), Cathy passa a realizar desejos que, muitas vezes, não sabia sequer que tinha. Construir uma piscina no quintal é o começo dessa nova fase de vida.
Não se engane sobre o tema. "The Big C" não é um dramalhão que te fará chorar e ficar triste com o estado de Cathy. Aqui, o público acompanha o novo rumo na vida da protagonista com muitas risadas. As situações a que Cathy se submete são engraçadas, doidas e, até mesmo, ridículas. Ela, por exemplo, compra um carro conversível com câmbio manual sem nem ao menos saber dirigir um veículo desse tipo, já que estava acostumada aos automáticos. Em outro momento, a personagem sai virando estrelas pelo corredor da escola em que dá aulas e ainda consegue a proeza de ir a um restaurante e roubar uma lagosta de um aquário. As cenas em que ela contracena com Sean (John Benjamim Hickey), seu irmão andarilho que mora nas ruas para não se render ao sistema capitalista, são hilárias.
Mas, como o tema também é sério, "The Big C" tem momentos emocionantes. A relação de afeto que Cathy constrói com Andréa (Gabourey Sidibe), aluna problemática da turma para a qual dá aulas, é tocante. A amizade com sua vizinha Marlene (Phyllis Somerville), que sofre de Alzheimer, também rende boas cenas. A série, aliás, teve um excelente fim de temporada, com desfechos emocionantes e inesperados para o destino de Cathy. A cena em que Adam se dá conta do futuro de sua mãe ao encontrar os presentes que ela deixaria para ele, quando não estivesse mais presente, foi uma das melhores sequência da produção.
Com um excelente elenco e trama interessante, "The Big C" é uma das melhores séries no ar atualmente e já teve sua segunda temporada confirmada para junho, nos Estados Unidos. Seja rindo ou chorando, a doença de Cathy serve para pararmos e pensarmos: o que faríamos se descobríssemos que vamos morrer logo?

THE BIG C (primeira temporada)

ONDE: HBO

QUANDO: aos sábados (reprises)

HORÁRIO: na faixa das 14 horas

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