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Mostrando postagens de agosto, 2018

"Orgulho e Paixão" e a força dos vilões para as novelas brasileiras

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Divulgação/TV Globo A novela "Orgulho e Paixão", exibida no horário das 18 horas da TV Globo desde março, andava açucarada e morosa demais. O folhetim de Marcos Bernstein, baseado em romances da escritora inglesa Jane Austen, sofria com a ausência de grandes conflitos e os efeitos insignificantes para a trama de antagonistas cômicos ou secundários. Todo esse cenário mudou no início de julho, com a chegada de Lady Margareth, a vilã que a novela precisava, vivida pela ótima Natália do Vale. A personagem assumiu o posto de antagonista por conta da saída de Tarcísio Meira do elenco, por problemas de saúde. Desde então, a aristocrata britânica, que odeia o Brasil e os hábitos da população local, transformou o folhetim, que chega à reta final em alta. Na onda do fenômeno das série, a dramaturgia mundial, em especial a norte-americana, vem apostando na construção de personagens que fogem do maniqueísmo visto nas novelas brasileiras. Personagens como o médico House (Hugh Lau

"(Des)encanto" e outras animações que não são indicadas para crianças

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Era uma vez uma princesa que precisa se casar para cumprir um acordo e salvar o reino da falência. Esse até poderia ser o começo de um conto de fadas, se não fosse o fato de que a heroína em questão quase sempre está bêbada e sob efeito de entorpecentes. Como se não bastasse, ela ainda é acompanhada por um demônio e um duende exilado. Pelo breve resumo, já deu pra perceber que a trama de (Des)encanto, nova série de Matt Groening, não tem as crianças como público-alvo. Com os episódios disponíveis no serviço de streaming Netflix, a animação conta a história de Teabeanie, uma princesa que se sente desajustada desde a morte da mãe, a rainha Dagmar. Ela foi criada pelo pai, o rei Zog, e a madrasta, a rainha Oona, e tem o casamento acertado por um acordo comercial que pode salvar o reino de Dreamland. A união, no entanto, é frustrada pelos modos da princesa, que não obedece a regras e passa os dias alcoolizada. Na época do casamento frustrado, Bean, como é chamada pelos amigos e famil

"The Marvelous Mrs. Maisel" é a melhor série de comédia lançada nos últimos anos

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Se, ainda em 2018, questões relacionadas ao papel da mulher na sociedade ainda precisam evoluir, como a igualdade salarial e de oportunidades entre os gêneros, na década de 50, esses temas apareciam pontualmente e ainda lutavam por espaço em um mundo guiado pelo machismo. É nesse cenário que a produtora Amy Sherman-Palladino, a mesma do sucesso "Gilmore Girls", procura, com humor afiado, retratar a trajetória de uma esposa que vê o casamento acabar e precisa reestruturar a vida, começando, inclusive, uma carreira no stand-up comedy, algo também pouco comum para a época. Em "The Marvelous Mrs. Maisel", Miriam (Rachel Brosnahan) vive um casamento harmônico e aparentemente feliz com Joel (Michael Zegen), união feita sob as regras rígidas da comunidade judaica em Nova York. Com dois filhos e uma vida dedicada aos serviços domésticos, a protagonista também apoia incondicionalmente o sonho do marido, que, nas horas vagas, se apresenta em clubes de stand-up comedy pela