"Under The Dome" tem desafio de ser mais do que uma ficção científica

Quais são as consequências de viver isolado do mundo? Como as pessoas reagiriam se fossem privadas do convívio com o resto da população? Que reações o isolamento pode causar ao ser humano? Todas essas questões são levantadas com o primeiro episódio de "Under The Dome", que estreia hoje (4) no Brasil. Baseada na obra de Stephen King, a série começa com o misterioso surgimento de uma redoma em volta da cidade interiorana de Chester´s Mill, um local aparentemente pacato.
O episódio começa apresentando Barbie (Mike Vogel), um homem que parece esconder muitos segredos. Depois de enterrar um homem na floresta, ele é surpreendido pelo aparecimento da redoma e, por causa dela, não consegue deixar a cidade. Logo, a população da cidade é atingida pelo acontecimento, que provoca acidentes e deixa muitas pessoas feridas, já que ninguém sabe que a barreira é intransponível.
Alertada sobre um carga suspeita que chega, com frequência a Chester´s Mill, a jornalista Julia Shumway (Rachelle Lefevre) logo é desviada para o surgimento da redoma, o que também chama a atenção da policial Linda (Natalie Martinez) e do xerife Duke (Jeff Fahey). Quem também fica alarmado pelo isolamento é o vereador Big Jim (Dean Norris), um homem suspeito, que parece estar envolvido em alguns segredos da série. Enquanto assimilam as novidades, as pessoas deparam-se, ainda, com reações estranhas, que podem estar relacionadas à chegada da redoma, como as convulsões que acometem alguns jovens da cidade.
O isolamento proposto pela redoma de "Under The Dome" é um gancho interessante e pode render uma boa história, caso o melhor aspecto da trama seja explorado. Muito mais do que apostar no lado "ficção científica", sobre o surgimento da redoma e do por quê dela surgir em uma pacata cidade do interior, a série pode ser diferenciada se focar nas reações do ser humano a tudo isso. Como, por exemplo, as pessoas irão reagir ao ter que viver sem energia, comunicação externa ou com um estoque limitado de comida? De que forma a população vai se relacionar? Alguém vai tentar dominar a comunidade, uma vez que as leis e as autoridades são, agora, limitadas?
Mesmo com uma premissa interessante, "Under The Dome" tem alguns pontos frágeis em sua narrativa. O principal é, sem dúvida, a construção de algumas tramas e personagens. Junior (Alexander Koch) vai de adolescente apaixonado a psicopata obsessivo em apenas um episódio, sem que sua história ganhe contornos  ou caminhos que a tornem interessantes. A chegada de Barbie à cidade e a ligação dele com Julia também poderiam ter sido melhor exploradas, mas pareceram apressadas e forçadas demais.
Se focar no lado comportamental e psicológico dos personagens, "Under The Dome" pode ser uma boa opção na TV. Mas, se optar pelo caminho mais fácil e transformar-se em mais uma manjada ficção científica, pode ter desperdiçado um bom argumento e, também, o tempo do público.
 
 
UNDER THE DOME (primeira temporada)
 
QUANDO: a partir do dia 4 de novembro, toda segunda-feira
 
ONDE: TNT
 
HORÁRIO: 22h30

Comentários

  1. Bom amigo, gostei da matéria, mas acho que você não lê Stephen King, porque se já tivesse lido, saberia que o King faz este tipo de coisa, coloca algo que não compreendemos e vai explicando conforme o desenrolar da trama. E ainda, o comandante desta série é o Steven Spillberg, (mesmo não sendo o diretor oficial) e se você sabe do que está falando, deve saber também que ele não é de dar mancada com adaptações, tanto que já adaptou vários livros do King para o cinema e foram SUCESSO!

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