As melhores séries de 2016
Se, por um lado, a maioria das novas séries
que estrearam "derraparam na curva" e
decepcionaram, em compensação, 2016 foi o ano em que muitas produções, que já
estão no ar há algum tempo, atingiram o ápice. Isso não quer dizer, no entanto,
que não há novas séries entre as melhores, mas as escolhidas foram aquelas que
agregaram novas qualidades ao já fértil universo das séries de TV e, com muitos
méritos, fizeram a diferença no ano que vai acabando. Aqui vai a lista das 15 melhores produções do ano:
1) GAME OF THRONES
Já na sexta temporada, "Game
of Thrones" teve, em 2016, o seu melhor ano de exibição. A resolução de
enredos, o cruzamento de histórias e os ganchos deixados para o futuro renderam
momentos memoráveis à produção, que só vai voltar no meio do ano que vem.
Sequências como a da vingança de Cersei (Lena Headey), uma das mais marcantes
de toda a série, e da batalha de Jon Snow (Kit Harington) foram algumas dos
destaques do sexto ano, que pode ser considerado "uma temporada de movimento",
em que as tramas, mais do que em outros anos, se encaminharam para uma
necessária convergência. A boa qualidade só gera ainda mais expectativa para as
duas próximas temporadas, que serão as últimas do universo de George R. R,
Martin.
2) WESTWORLD
Apesar de poder ser considerado
um ano mais fraco para as novas séries, 2016 teve a sensacional primeira
temporada de "Westworld", produção da HBO baseada na obra literária
de Michael Crichton e no filme homônimo de 1973. A produção de ficção
científica é daquelas que "explode" a cabeça do espectador e que
exige total atenção aos detalhes da narrativa, extremamente bem amarrada por
sinal. Confesso que, após os dez episódios, tentei procurar por
"buracos" no roteiro, mas não lembrei de nenhum. A trama do parque
temático que abriga inteligências artificiais, definitivamente, veio para ficar
e ainda pode render muitos bons momentos com os ganchos deixados para o segundo
ano. O elenco, que tem Ed Harris, Anthony Hopkins e o brasileiro Rodrigo
Santoro, é muito coeso e importante para o bom resultado da produção.
3) STRANGER THINGS
O revival dos anos 80 provocado
pela estreia de "Stranger Things" foi, também, um dos marcos do
universo das séries no ano. Personagens carismáticos, uma história instigante e
as inúmeras referências feitas a ícones da cultura pop são alguns dos
ingredientes dessa equação muito bem-sucedida. O elenco, infantil e adulto, é
ótimo, o roteiro é inteligente, construindo uma história universal, e a trilha
sonora é uma "viagem" de volta aos anos 80. Além disso, os oito
episódios são ideais para fazer aquela maratona de fim de semana, que sempre
possibilita uma visão mais completa do todo.
4) AMERICAN CRIME STORY: PEOPLE VERSUS O. J.
SIMPSON
Mostrando, pela primeira vez, um
lado mais contido, o autor, produtor e diretor Ryan Murphy mostrou que deixar
os exageros, comuns em suas produções, e apostar em uma linguagem, digamos,
mais séria, pode surtir um bom resultado. Criada para retratar um crime real
diferente a cada temporada, "American Crime Story" acertou muito ao
retratar o julgamento do caso do famoso O, J, Simpson, acusado de matar a
ex-esposa e um amigo dela nos anos 90. Com um roteiro bem construído, boas
atuações (John Travolta e David Schwimmer não estão incluídos aqui) e uma ótima
ambientação da época, a série refez os acontecimentos e o julgamento de forma
bastante satisfatória. Não à toa, a produção vem ganhando muitos prêmios por
aí.
5) JUSTIÇA
A autora Manuela Dias acertou
muito com "Justiça", série que, a cada dia da semana em que era
exibida, contada histórias de injustiças cometidas contra os personagens
centrais e que, em dado momento, se cruzavam, nem que isso acontecesse através
de detalhes mínimos. A proposta exigiu um cuidado a mais com o roteiro, que
conseguiu cumprir com as expectativas. O fato de não procurar caminhos fáceis e
óbvios para conquistar o público foi, talvez, seu maior mérito. Além da ousadia
na narrativa, as excelentes atuações de Débora Bloch, Adriana Esteves, Jesuíta
Barbosa, Drica Moraes, Jéssica Ellen, Vladimir Brichta, Enrique Diaz, Leandra
Leal, Julia Dalavia, Cauã Reymond e Antonio Calloni fez toda a diferença para a
produção, que contribuiu para elevar os padrões nacionais do gênero.
6) GILMORE GIRLS: A YEAR IN THE LIFE
Entre todas as séries que formam
essa lista, talvez a tarefa mais difícil tenha sido a de "Gilmore Girls: A
Year in the Life", que, em quatro episódios especiais, trazia a proposta
de resgatar um sucesso antigo e já encerrado há alguns anos. Diante de tal
missão, o resultado não poderia ter sido mais satisfatório. Com muita inteligência
e humor afiado, características marcantes da série original, a produção criou
momentos inspirados e boas narrativas para as mulheres Gilmore. Os bons arcos
dramatúrgicos das protagonistas se mostraram bem pensados e a transformação das
personagens diante dos olhos do público foi especial para a produção. O resgate
de personagens carismáticos e situações inspiradas também ajudaram a resgatar o
clima da série original. É daquelas que acabam e, logo em seguida, dá vontade
de ver de novo.
7) DEMOLIDOR
Em sua segunda temporada,
"Demolidor" atingiu uma maturidade interessante em relação às
produções da Marvel para o gênero. Apresentada de forma gradativa e crescente,
a narrativa do vigilante de Hell´s Kitchen teve enfoque em aspectos bastante
subjetivos dos personagens e, muito bem amarrada, agradou. A introdução do
Justiceiro, que deve ganhar série própria, e, até mesmo de Elektra, mal
inserida no início, mas mostrando boas nuances ao longo da temporada, pode ser
considerada um ponto positivo e deu "outra cara" à narrativa. A série
ainda reservou uma volta triunfal a um dos melhores personagens: Wilson Fisk, o
Rei do Crime, retorna grandiosamente e, ao que parece, para outros bons
momentos na produção.
8) NARCOS
O derradeiro desfecho de Pablo Escobar
(Wagner Moura) em "Narcos" ficou enfraquecido neste segundo ano,
muito por conta da demora para que a trama engrenasse. Mas, pensando no todo, a
perda da força do personagem é até justificável, uma vez que a produção precisa
mostrar que pode caminhar após a morte do protagonista. Depois de um começo
mais lento, a série engrena e é nesse período que mostrou suas qualidades, o
que fez com que tivesse espaço nesse ranking. As sequências de ação, que
pontuam o fecho do cerco a Escobar, são alguns dos bons momentos da trama. A
ascensão, tímida e precisa, de um novo grupo de traficantes, que vai movimentar
a próxima temporada, foi outro bom acerto da produção, que, é bem verdade, não
terá uma das tarefas mais fáceis do mundo ao ter que sobreviver sem Escobar.
9) HOW TO GET AWAY WITH MURDER
Se você está atrasado e ainda não
descobriu quem é o personagem que está debaixo do lençol do necrotério de
"How To Get Away With Murder", sugiro que se apresse em descobrir.
Depois de uma boa segunda temporada, inferior, porém, à primeira, a série
reforçou suas melhores qualidades e, por enquanto, tem construído um terceiro
ano bastante interessante. É impressionante a capacidade de reinvenção dessa
produção, que poderia ter se esgotado na primeira temporada, mas soube se
manter em boa forma. Nem é preciso dizer que o desempenho de Viola Davis
continua excepcional e empresta muita força para a produção.
10) THE GOOD WIFE
O que começa em um tapa na cara,
precisa terminar com outro tapa. Esse gesto marcou o fim da transformação da
advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) e, mesmo que não tenha agradado a
todos, é inegável que o fim de "The Good Wife" foi coerente. A
protagonista e suas escolhas a encaminharam em uma mudança de personalidade
muito bem construída, talvez um dos arcos dramáticos mais bem elaborados da
televisão. O texto especial e o elenco de excelentes atores, como Christine
Baranski, foram qualidades marcantes da produção, que terá um spin-off a partir
do próximo ano.
11) THE BLACKLIST
Raymond Reddington (James Spader)
é, sem dúvida, um dos grandes personagens da televisão atualmente. Roteiro e
interpretação se mostram em harmonia para construir as nuances desse
carismático criminoso, composto de fragilidade e força em igual proporção. Já
na quinta temporada e após muitos desdobramentos, "The Blacklist"
ainda mostra força com uma história muito bem amarrada, que lança mão de muitas
insinuações para alimentar seu enredo. A aposta em dramas de personagens
secundários e, é claro, a caça aos famosos bandidos da lista negra de
Reddington, são componentes acertados e ainda férteis para o sucesso da
produção, que ainda reserva boas surpresas para a temporada atual.
12) BATES MOTEL
A infância do icônico vilão
Norman Bates chegou ao ápice na quarta temporada de "Bates Motel",
exibida em 2016. A loucura do protagonista, impecavelmente interpretado por
Freddie Highmore, chegou ao ponto máximo e, com isso, houve a conclusão da
construção da personalidade vista no livro e no filme "Psicose",
trama esta que será resgatada na quinta e última temporada, prevista para o ano
que vem. É necessário destacar o desempenho irretocável de Vera Farmiga, que
faz Norma Bates, a mãe que alimenta a insanidade do filho. As sequências em que
Norman tem "apagões" e assume a personalidade da mãe foram
especialmente bem executadas nesta temporada, que desenhou um arco narrativo
interessante e que pode trazer novidades em relação ao clássico dos cinemas e
da literatura.
13) HOUSE OF CARDS
O casal Claire (Robin Wright) e
Frank Underwwod (Kevin Spacey) passou por momentos íntimos difíceis na quarta
temporada de "House of Cards" Os problemas entre eles foram são
bastante coerentes, afinal, duas personalidades tão ambiciosas e interesseiras,
uma hora ou outra, iriam colidir. O embate entre o casal foi o ponto alto da
temporada, com destaque para os momentos de rebeldia de Claire, que permitiram
uma temporada impecável de Robin Wright. O quarto ano ainda teve o desempenho
sempre acima da média de Spacey e uma participação forte de Cicely Tyson. Mas,
se já eram forte individualmente, o casal descobriu um ponto de convergência e
decidiu apostar todas as suas forças em um conflito que pode mantê-los no
poder. O que vai acontecer a partir disso? A resposta só na próxima
temporada...
14) LUKE CAGE
O universo Marvel das séries
ganhou, em 2016, o representante que faltava. A vida no Harlem do indestrutível
Luke Cage (Mike Colter) elevou o patamar das produções do gênero. Construindo
uma personalidade distinta de "Demolidor" e "Jessica
Jones", a série apresentou um estilo narrativo próprio, personagens bem
desenhados e um visual marcante. Nem mesmo o ritmo mais lento dos primeiros
episódios consegue enfraquecer a história bem construída e pensada para ter um
desfecho satisfatório. As atuações de Colter, Mahershala Ali e Alfre Woodard
ajudam a dar o tom da trama, que se tornou mais uma produção imperdível da
Marvel.
15) THE CROWN
Quem vê a rainha Elizabeth
ocupando o trono da Inglaterra há tanto tempo, não imagina como foi a transição
da jovem princesa até o mais alto degrau da monarquia britânica. Os efeitos e o
"peso" da coroa podem ser vistos em "The Crown", série que
acompanha os primeiros momentos de Elizabeth no trono. O roteiro histórico,
muito bem contextualizado, é um destaque positivo da produção, que também
explora os aspectos pessoais da vida da rainha, como a frustração de seu marido
e os conflitos que a coroa pode trazer em suas relações familiares. A série
ainda traz um desempenho excelente de John Lithgow, que vive o primeiro
ministro Winston Churchill em seus últimos momentos à frente do governo
britânico.
Comentários
Postar um comentário