Séries para ver (ou rever) no streaming no período de distanciamento social

Divulgação/Netflix/HBO/Amazon Prime Video

Com as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde para que as pessoas se mantenham em casa, evitando locais públicos e de grande circulação, é preciso buscar opções de lazer para esse período de distanciamento social.
Cumprir com essa medida é fundamental, segundo as autoridades de saúde, para evitar a propagação do novo coronavírus. É claro que muita gente fica em casa trabalhando ou realizando outras atividades, mas é importante que, nos momentos livres, as pessoas consigam se entreter, o que pode ser bom, inclusive, para a saúde mental.
Diante desse cenário, listei algumas séries de plataformas de streaming que podem ajudar a tornar esse período de distanciamento mais ameno. É importante que as pessoas saiam o mínimo necessário; que os estudantes fiquem em casa, ligados às atividades escolares à distância; que a rotina de trabalho, na medida do possível, continue em home office; e, também, que o entretenimento esteja presente, de alguma maneira, na vida da população. É um elemento importante dessa equação.

Divulgação/Netflix
- Sex Education (Netflix)

Boas risadas podem ajudar muito as pessoas nesse momento. Uma das melhores séries para estimular isso é "Sex Education", com duas temporadas disponíveis na Netflix. Com um humor muito inteligente, a produção tem a trama focada nas descobertas amorosas e sexuais da adolescência, fase de certa confusão hormonal nas pessoas. Mais do que só fazer piada com esse período da vida, a série se destaca por apresentar personagens aparentemente estereotipados que, aos poucos, vão sendo desconstruídos, o que humaniza as descobertas e conflitos dos jovens. Com essa abordagem, "Sex Education" passa uma mensagem revelante sobre a função do diálogo sobre sexo com os adolescentes, o que pode ajudar a lidar com as incertezas e vergonhas dessa fase.

Divulgação/HBO
- Westworld (HBO GO)

A ficção científica produzida por Jonathan Nolan e Lisa Joy pode ser ideal para esse período de distanciamento social. A série "explode a cabeça" do espectador, que fica tentando encaixar as peças para entender o propósito de inteligências artificiais, de um parque temático para adultos, adquirirem consciência e resolverem se virar contra aqueles que se aproveitaram delas por tanto tempo. Mais do que isso: o público também pode se distrair bastante tentando entender a linha temporal da produção e os loops das narrativas dos personagens. "Westworld" tem duas temporadas completas disponíveis na plataforma HBO GO, que podem servir de estímulo para seguir com a terceira temporada, que acabou de estrear.

Divulgação/TV Globo
- A Cura (Globoplay)

Série exibida em 2010, que teve apenas uma temporada, "A Cura" ainda é um dos melhores produtos do gênero feito pela TV Globo. Protagonizada por Selton Mello, a história se passa em uma cidade mineira que lida com a volta de uma figura controversa. O médico Dimas precisou sair daquele lugar, ainda menino, por conta de um acontecimento mal esclarecido e, mais de duas décadas depois, ele retorna para a região e parece desenvolver um poder de cura que extrapola a ciência, questão que pode ter ligação com um de seus antepassados. Escrita por João Emanuel Carneiro, autor de novelas de sucesso, "A Cura" carrega uma atmosfera sombria e uma trama intrigante, que prende do início ao fim. A disponibilidade do elenco e a dedicação do autor aos folhetins já foram apontadas como justificativas para a ausências de novas temporadas da produção. Tomara que isso mude.

Divulgação/Amazon Prime Video
- Modern Love (Amazon Prime Video)

A antologia disponível na Amazon Prime Video não é nenhuma série excepcional, que vai mudar a vida dos espectadores, mas, confesso, é um belo alívio à realidade. Com oito episódios, cada um com uma história diferente, a produção tem o amor como ingrediente principal e elo que une as tramas, todas ambientadas em Nova York. Os roteiros mostram diversas configurações de relações afetivas, todas disputando espaço com sentimentos como ansiedade e intolerância. Como a maioria das antologias, "Modern Love" é irregular, com algumas histórias melhores do que outras e algumas que deixam os olhos marejados. Em tempos onde a realidade e a crueza do mundo angustiam, a série pode ajudar a fugir de tudo isso.

Divulgação/Globoplay
- Shippados (Globoplay)

Criada pela dupla de autores de "Os Normais", "Shippados" apresenta um casal que pode ser considerado uma versão mais atual de Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres). Os personagens centrais, Enzo (Eduardo Sterblitch) e Rita (Tatá Werneck) são jovens adultos ansiosos e inseguros que descobrem ter muito mais em comum do que imaginam. Para o bem e para o mal, o casal sempre tem o relacionamento testado e influenciado pelas redes sociais. Os autores Fernanda Young e Alexandre Machado apresentam um texto de humor muito afiado e que, mais uma vez, consegue rir do ridículo da vida. Além do ótimo elenco, é preciso destacar o trabalho de Tatá Werneck, o melhor já feito pela atriz.

Divulgação/Amazon Prime Video
- The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon Prime Video)

É fato que as mulheres ainda têm muito o que conquistar, nos dias de hoje, para alcançar igualdade de direitos em um mundo machista. Na década de 50, no entanto, os desafios eram mais intensos para Miriam Maisel (Rachel Brosnahan), que abandona um casamento para construir a própria independência. A vida de esposa e dona de casa começa a mudar depois que a protagonista passa a se apresentar como comediante de stand-up, frustrando o marido, que tinha o sonho de seguir na carreira. De volta à casa dos pais, Miriam se alia a Susie (Alex Borstein) para emplacar na carreira e fazer sucesso no humor. Criada por Amy Sherman-Palladino, a mesma de "Gilmore Girls", "The Marvelous Mrs. Maisel" usa o humor inteligente e verborrágico para discutir as conquistas das mulheres em um mundo machista. Ao mesmo tempo em que mostra quanto essa questão avançou, a série também revela que muita coisa sequer mudou.

Divulgação/Netflix
- The Kominsky Method (Netflix)

Michael Douglas e Alan Arkin estão ótimos como os amigos Sandy e Norman, a dupla protagonista de "The Kominsky Method", o melhor e, talvez, mais profundo trabalho de Chuck Lorre. A comédia mostra como os personagens lidam com as imposições e caminhos abertos pela velhice. Enquanto Sandy parece inconformado com a idade, que estabelece desafios para a carreira de ator e a vida amorosa dele, Norman aprende a lidar com a morte da esposa e com as demandas da filha, que é dependente química. Com um texto de comédia muito inspirado, "The Kominsky Method" também tem alguns momentos mais sérios, capazes de emocionar o espectador. A produção se beneficia, ainda, de uma série de personagens coadjuvantes interessantes, como, por exemplo, o genro de Sandy, vivido por Paul Reiser, que surge na segunda temporada.

Divulgação/Netflix
- O Cristal Encantado: A Era da Resistência (Netflix)

Mesmo envolvidas o máximo possível com atividades da rotina escolar, ter crianças em casa nesse período pode demandar alguns momentos de entretenimento. Uma dica para toda a família é "O Cristal Encantado - A Era da Resistência", série que continua o legado de Jim Henson, diretor que ficou marcado por trabalhos com manipulação de bonecos. Aqui, a técnica do artista se une à tecnologia para expandir os conflitos entre os Gelfings e os Skeksis, que disputam os poderes de um cristal que equilibra as forças de Thra. Com um bom roteiro e um meticuloso uso de bonecos, a produção usa a fantasia como uma alegoria para transmitir uma série de mensagens importantes, sem subestimar o público infantil ou excluir os adultos. É uma bela homenagem ao trabalho de Henson na TV e no cinema, além de ser um bom entretenimento para esses tempos.

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