Criatividade do roteiro garante reinvenção de "Once Upon A Time"

No início, mesmo sendo boa, "Once Upon A Time" parecia uma série com "prazo de validade" curto. Sustentada por uma maldição que transportava os personagens dos contos de fada para o mundo real e que só seria quebrada com a chegada de uma salvadora, a série vem mostrando que tem capacidade para durar muito mais. No final da terceira temporada, que foi ao ar no domingo (11), um novo desfecho deixou no ar um novo caminho, com a vinda de uma nova vilã.
No último episódio, Emma (Jennifer Morrison) e Gancho (Colin O´Donoghue) são vítimas do último feito de Zelena, a Bruxa Má do Oeste (Rebecca Mader), que foi capaz de lançar um feitiço para voltar no tempo, que tinha o intuito de modificar o passado e impedir o nascimento de sua irmã, Regina (Lana Parrilla), a Rainha Má, que de má não tem mais muita coisa. Mesmo morta por Rumplestilskin (Robert Carlyle), a bruxa consegue ativar a magia, que abre uma vórtice em Storybrooke.
Transportados para a Floresta Encantada do passado, Emma e Gancho precisam arrumar uma maneira de voltar para casa sem alterar os acontecimentos da história. Só que os dois acabam impedindo o encontro entre os pais de Emma, Branca de Neve (Ginnifer Goodwin) e Príncipe Encantado (Josh Dallas). Para consertar as coisas, eles procuram Rumplestilskin para pedir orientação sobre uma forma de voltarem ao presente.
Quando conseguem fazer Branca de Neve e o Príncipe se apaixonarem e, assim, restabelecer os rumos da história, Emma e Gancho encontram uma varinha que, ativada pelos poderes da salvadora, leva-os de volta para Storybrooke. Na bagagem, porém, os dois levam Mariah, que era prisioneira de Regina no passado e estava condenada à morte. O que eles não sabiam é que ela era a mulher de Robin Hood (Sean Maguire), que estava tendo um romance com a ex-Rainha Má. Com a volta de Mariah, os conflitos entre Regina e Emma foram restabelecidos e prometem novos embates na próxima temporada.
Nos minutos finais do episódio, exibido como um especial de duas horas nos Estados Unidos, vemos que, junto com o vórtice que trouxe Emma e Gancho de volta à Storybrooke, também veio uma urna, que estava guardada no cofre de Rmplestilskin. Dali de dentro, surge aquela que promete ser a nova ameaça aos personagens da série: Elsa, da animação "Frozen -  Uma Aventura Congelante", da Disney.
Mudando os rumos da história a cada temporada, "Once Upon A Time" mostra que tem fôlego para muito mais, já que os roteiristas souberam aproveitar ganchos para criar novos caminhos para a trama. Outro ponto positivo é que os autores souberam humanizar personagens maniqueístas, que marcaram a infância de muitos. A revelação dos lados bons da Rainha Má e de Rumplestilskin resultaram em desfechos interessantes, sem que, contudo, eles percam as características conhecidas nas histórias infantis. 
Apostar em uma dupla de vilões para a temporada, sendo um deles muito improvável (Peter Pan, nos primeiros episódios), também fez bem para a série. Isso só reforçou a criatividade dos roteiristas e criadores como qualidade predominante do seriado.
"Once Upon A Time" vai chegar em sua quarta temporada muito distante da forma que começou, mas igualmente interessante. Quem diria que as histórias infantis poderiam ser reinventadas e, em 2014, deixariam de agradar apenas as crianças. E que venha "Frozen".

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