As melhores minisséries de 2019

Divulgação/Netflix/HBO

Ainda que não tenham, muitas vezes, a mesma visibilidade das séries criadas para durar várias temporadas, as minisséries ou séries limitadas andam ganhando mais importância e tiveram um 2019 bastante significativo.
Geralmente, o gênero permite que arcos narrativos sejam desenvolvidos de forma mais condensada e objetiva, o que pode facilitar o aprofundamento de histórias e personagens.
Neste ano, as minisséries geraram muita repercussão e comprovaram a importância do gênero para o entretenimento, seja na TV ou no streaming. De fatos históricos a reflexões futuristas, passando por tramas emocionantes marcadas por violência e injustiças, os temas desses trabalhos prenderam a atenção dos espectadores.
Para seguir a tradição das listas de fim de ano, vamos falar sobre as minisséries que mais se destacaram em 2019.

Divulgação/Netflix
- Olhos que Condenam (Netflix)

Muito conhecido nos Estados Unidos, o caso dos "Cinco do Central Park" ganhou uma dramatização dirigida por Ava DuVernay, que já tem um histórico de imprimir intensidade e gerar reflexões. "Olhos que Condenam" usa a realidade para criar uma narrativa poderosa sobre preconceito e injustiça. A produção mostra como cinco adolescentes são condenados por um crime que não cometeram simplesmente pela cor da pele, o que provoca efeitos definitivos no futuro deles. Incômoda e necessária, a minissérie provoca reflexões oportunas, que podem tirar as pessoas de posições de conforto e privilégios, desde que elas se mostrem abertas a isso. O elenco é espetacular e responsável por parcela do sucesso da atração.

Divulgação/HBO
- Chernobyl (HBO)

Em cinco episódios, a minissérie "Chernobyl" consegue transmitir ao espectador todo o horror da realidade do mais grave acidente nuclear de todos os tempos, que não chega aos pés da mais criativa ficção. Depois de focar na explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia, a produção mostra a investigação sobre as causas do episódio e as consequências da exposição à radiação, que seguiriam por anos. O roteiro é bem escrito e explicativo, sem cair no didatismo, além de contribuir com reflexões importantes na atualidade, especialmente relacionadas a valores como liberdade, democracia e transparência, ressaltando as falhas que podem surgir da ausência dessas características e os efeitos delas na sociedade.

Divulgação/Netflix
- Inacreditável (Netflix)

As consequências das falhas no atendimento a vítimas de estupro, ainda que os serviços especializados tenham evoluído com o passar dos anos, estão no centro das discussões levantadas por "Inacreditável". Baseada em um caso real, a minissérie de oito episódios se passa em momentos distintos, mostrando, ao mesmo tempo, o ataque sexual a uma jovem e a investigação sobre casos similares, ocorrida anos depois. Mais do que só criar um mistério sobre a identidade do abusador, a produção retrata como o despreparo e o machismo podem produzir sofrimentos e perpetuar atos violentos. Toni Collette, Merritt Wever e Kaitlyn Dever são os destaques de um elenco coeso e muito entregue à história contada.

Divulgação/HBO
- Years & Years (HBO)

Para onde vai o mundo se continuarmos nessa onda de radicalismo, intolerância e notícias falsas? A minissérie "Years & Years" faz essa reflexão e, é preciso avisar, assusta aos que ainda tentam se manter sãos no meio de tanta instabilidade. Ambientada no Reino Unido, a história mostra como a ascensão de políticos autoritários, que usam medo, preconceito e a ignorância das pessoas para atingirem seus objetivos. A produção também faz um criativo e plausível exercício de refletir sobre o uso das tecnologias em um futuro muito próximo. O nome mais conhecido do elenco é o da atriz Emma Thompson, que vive uma política radical que prega ideias nacionalistas e usa ameaças para espalhar conceitos rasos e esconder seu despreparo. Polarização política, intolerância a outros povos, ameaças de conflitos nucleares e guerras comerciais provam que "Years & Years" parece estar no futuro, mas, na verdade, representa o agora.

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