Foco em trama principal pode melhorar qualidade de "Madam Secretary" no futuro
Enquanto algumas séries já se destacam logo no primeiro episódio e arrebatam o espectador, outras começam modestas e, aos poucos, vão mostrando o quê possuem de melhor. Essa última definição pode ser aplicada a "Madam Secretary", drama político que teve o final da primeira temporada exibido no domingo (3), nos Estados Unidos. Além de ter mostrado seu potencial, o passar dos episódios, no entanto, também evidenciou a principal "fraqueza" da série, que poderia contribuir para elevar a qualidade do programa para outro patamar.
Criada por Barbara Hall, a série acompanha o dia a dia da secretária de Estado norte-americano Elizabeth McCord (Téa Leoni), uma ex-agente da CIA chamada para substituir o antigo ocupante da pasta, que foi vítima de um acidente aéreo. Em meio aos mais diversos casos que envolvem a diplomacia dos Estados Unidos com outras nações do mundo, a secretária se envolve na investigação que revela as reais intenções de seu antecessor: dar um golpe na administração do presidente Conrad Dalton (Keith Carradine) e assumir o poder.
A investigação do pouco explicado acidente com o antigo secretário e, também, a morte de um grande amigo e funcionário da CIA alimenta, ainda mais, o desejo de Elizabeth por respostas. Nos últimos episódios da temporada, a secretária tenta localizar Juliet (Nilaja Sun), uma antiga amiga e agente altamente treinada da CIA, que esteve envolvida na conspiração do ex-secretário.
Para completar os conflitos do último episódio, depois de intermediar um acordo histórico de paz com o Irã, Elizabeth passa a ser alvo de uma investigação no Senado que apura o real envolvimento da secretária nas conspirações políticas em Washington e, também, o vazamento de informações confidenciais que envolvem o marido da secretária, Henry McCord (Tim Daly).
Com 22 episódios produzidos para esta primeira temporada, "Madam Secretary" surgiu como mais um drama político da televisão, sem as grandes pretensões que outros do gênero. Com o passar do tempo, a série foi evidenciando suas qualidades e, também, defeitos. O ponto mais positivo são os casos diplomáticos em que a protagonista sem envolve, que, geralmente, são resolvidos em apenas um episódio. Interessantes, essas tramas mostraram-se bem escritas e atuais, já que, claramente, são baseadas no noticiário político real.
Apesar das boas histórias secundárias, falta a "Madam Secretary" uma trama central mais consistente, que envolva mais o público. O mote principal da primeira temporada, a conspiração do ex-secretário e o golpe no atual governo, foi mal explorado e deixou a desejar. Ao invés de desenvolver melhor o argumento, o que se viu foi uma história deixada de lado e, depois, resolvida às pressas nos últimos episódios. A construção de um drama político mais consistente poderia elevar a série a um outro nível, agregando uma qualidade maior ao roteiro. A expectativa é que essas arestas sejam reparadas para o próximo ano do programa.
Por fim, vale destacar o trabalho do elenco, especialmente de Téa Leoni, que soube criar uma personagem firme e, ao mesmo tempo, humana. Em um dos momentos mais importantes da série, quando a personagem volta do Oriente Médio e passa a sofrer de estresse pós-traumático depois de um atentado, a atriz mostrou um trabalho consistente. Atores secundários, como Tim Daly, Bebe Neuwirth e Zeljko Ivanek, também têm boas participações.
Com o passar do tempo, "Madam Secretary" foi mostrando seu valor e ganhando espaço no meu tempo para ser acompanhada. Os bons casos diplomáticos da secretária de Estado garantiram os melhores momentos da temporada, mas, não fará mal se a série apostar mais em um drama político consistente que "costure" melhor essas tramas. Se fizer isso, o programa terá potencial para surpreender e apresentar uma segunda temporada melhor e mais consistente.
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