"Gotham" surpreende e encerra temporada como um bom divertimento

Adaptações ou releituras de histórias já conhecidas costumam gerar expectativa e, também, muitas dúvidas quando têm suas estreias anunciadas. Com "Gotham" não foi diferente. Antes do lançamento da série, muitos eram os questionamentos sobre a forma que o universo de Batman e outros personagens da DC Comics seriam retratados na telinha. Sob uma nova ótima, contado a partir das experiências do futuro Comissário Gordon, o programa começou como uma incógnita e encerrou sua primeira temporada, na segunda-feira (4), como um despretensioso bom divertimento televisivo.
No último episódio, o policial James Gordon (Ben McKenzie) e seu parceiro, Harvey Bullock (Donal Logue), precisam lidar com uma guerra entre as duas principais gangues de Gotham. O conflito foi iniciado por Pinguim (Robin Lord Taylor), que armou para matar Maroni (David Zayas), um dos chefões da cidade, para, depois, tomar o controle de tudo. Só que seu plano dá errado e Maroni se volta contra Falcone (John Doman), o todo-poderoso dos negócios ilícitos. 
Em diversos pontos de Gotham, os homens de Maroni tentam derrubar o domínio de Falcone e, assim, assumirem o poder na cidade. Acreditando que Falcone é "um mal menor" para Gotham, Gordon e Bullock tentam ajudá-lo a fugir. Só que o plano fica ameaçado com a volta inesperada de Fish Mooney (Jada Pinkett Smith), que retorna à cidade para se vingar dos responsáveis por sua expulsão e, também, para tentar tomar o poder. 
Enquanto as gangues guerreiam pelo controle de Gotham, a ex-noiva de Gordon, Barbara (Erin Richards), ainda lida com a influência do serial killer que a sequestrou. Mesmo salva, ela enfrenta os traumas causados pelo assassino e recebe a ajuda da Dra. Thompkins (Morena Baccarin), a nova namorada do policial. 
Todos os conflitos em Gotham estão distantes do jovem Bruce Wayne (David Mazouz), que ainda procura desvendar os mistérios que rondam a morte dos pais. Auxiliado pelo mordomo Alfred (Sean Pertwee),o garoto procura um segredo escondido dentro do antigo escritório do pai e acaba encontrando uma passagem que vai aproximá-lo de seu futuro como combatente do crime na cidade.
O fato de recriar o universo que precede a era do Batman, por si só, representava uma dificuldade para "Gotham". Isso, no entanto, mostra-se superado com o final da temporada, já que o roteiro procurou imprimir novas identidades a personagens já conhecidos. Despretensioso, o texto mescla novas e clássicas referências, criando um produto inventivo e que entretém o público. Sinto falta, porém, de que alguns casos e vilões da trama sejam melhor aproveitados, podendo render mais do que um único episódio. 
Outro ponto positivo da série é a construção dos personagens, retratados de forma absurda e, até mesmo, lúdica, o que contribui para o clima da história. Os atores têm um papel importante nesse processo, podendo ser destacados os trabalhos de Jada Pinkett Smith, Robin Lord Taylor, Camren Bicondova, Cory Michael Smith, Sean Pertwee e Donal Logue.
Com segunda temporada já garantida, "Gotham" soube contornar os obstáculos, criar uma trama despretensiosa e trazer personagens excêntricos e curiosos. O resultado surpreendeu e mostrou ser um bom divertimento, mesmo que a história esteja distante do tom adulto e sério impresso por outros filmes e programas do gênero.

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