Séries para ver (ou rever) durante período de distanciamento social - parte 2

Divulgação/Apple TV+/TV Globo/Netflix

Ainda que estejamos vendo manifestações de grupos de pessoas contra o período de quarentena, autoridades de saúde, respaldadas por informações e dados científicos, continuam indicando o distanciamento social como imprescindível para reduzir a propagação do novo coronavírus. A medida, mais do que uma forma de cuidado individual, também é uma maneira de preservarmos a saúde das outras pessoas, sejam elas próximas ou desconhecidas.
A maioria segue realizando atividades profissionais ou escolares enquanto passa esse tempo em casa, mas, como já disse anteriormente, também é fundamental encontrar momentos de entretenimento, até para conseguir manter a saúde mental nesse período.
Para tentar contribuir com as opções de lazer, segue mais uma lista de séries para ver ou rever no streaming durante esse período de distanciamento social.

Divulgação/Apple TV+
- The Morning Show (Apple TV+)

Jennifer Aniston e Reese Whiterspoon protagonizam o drama que se passa nos bastidores de um tradicional programa de TV norte-americano. "The Morning Show" começa com o escândalo envolvendo o apresentador Mitch Kessler (Steve Carell), acusado de assédio e conduta sexual inapropriada. A crise ocasiona a demissão do âncora e gera insegurança na equipe, especialmente na parceira dele, Alex Levy (Jennifer), que também enfrenta suas próprias questões nos bastidores. Ameaçada pela queda de audiência e pelos planos dos executivos do canal, a apresentadora é forçada a conviver com a jornalista Bradley Jackson (Reese), que passa a dividir a bancada com ela. Com um roteiro ágil, "The Morning Show" é um grande trabalho de Jennifer Aniston, que tem cenas grandiosas, especialmente de embate com a personagem de Reese. Temas interessantes, como as aparências no mundo do entretenimento, machismo e assédio sexual, dão ainda mais força ao roteiro.

Divulgação/Netflix
- Anne with an "E" (Netflix)

Produção canadense de três temporadas, "Anne with an 'E'" é baseada em uma série de livros da autora L. M. Montgomery. A história tem início quando Anne (Amybeth McNulty) é enviada por um orfanato para ser adotada por Matthew (R.H. Thompson) e Marilla Cuthbert (Geraldine James), que esperavam a chegada de um menino. Depois de alguma hesitação e inseguranças, os Cuthbert decidem criar a garota, que se mostra muito inteligente e criativa. O roteiro da produção mostra como Anne se adapta à nova vida e dá vazão à imaginação em um mundo que ainda não estava preparado para tanta inquietação. "Anne with an 'E'" traz, por trás de cada episódio, mensagens importantes sobre feminismo, respeito às diferenças e a força do amor e da empatia na vida das pessoas. É uma série que deixa um sorriso no rosto de quem assiste.

Divulgação
- Killing Eve (Globoplay)

A relação entre a agente secreta Eve Polastri (Sandra Oh) e a assassina Villanelle (Jodie Comer) é, atualmente, uma das melhores de acompanhar no universo das séries. Em duas temporadas, disponíveis no Globoplay, a produção mostra como as personagens se conectam e estabelecem uma perseguição ao redor do mundo. Ao ser recrutada para a missão de investigar Villanelle, Eve passa a mesclar o dever com um olhar de fascínio pela assassina. Essa caçada provoca perdas, traições e até corações partidos, culminando em um desfecho angustiante no fim da segunda temporada. No terceiro ano de "Killing Eve", que já estreou fora do Brasil, a história ganha novos contornos e reinicia o relacionamento entre as personagens.

Divulgação
- The Night Manager (Amazon Prime Video)

Baseada no livro de John le Carré, a minissérie de seis episódios é focada no agente britânico Jonathan Pine (Tom Hiddleston), que se infiltra na rotina do empresário Richard Onslow Roper (Hugh Laurie), suspeito de envolvimento em diversos crimes, entre eles, o comércio de armas. Mesmo suspeitando dos interesses de Pine, Roper integra o agente em diversos negócios e, também, no dia a dia familiar, o que torna a operação ainda mais arriscada. Elogiada pela crítica, a obra de John le Carré rendeu uma boa adaptação, ambientada em lugares paradisíacos e com roteiro que explora bem o conflito, muitas vezes velado, entre os personagens de Hiddleston e Laurie. A atriz Olivia Colman, sempre ótima, se destaca no papel coadjuvante da agente Angela Burr, que auxilia na perseguição a Roper.

Divulgação/HBO
- Euphoria (HBO GO)

Uma das melhores séries exibidas em 2019, "Euphoria" revela interesse em retratar a adolescência com mais profundidade, bem distante das abordagens clichês de produtos de entretenimento do gênero. A protagonista Rue (Zendaya) é viciada em entorpecentes e, depois de que sai de uma clínica de reabilitação, precisa lidar com as frustrações dessa etapa da vida sem o uso dessas substâncias. Uso das redes sociais, descobertas sexuais e abusos são temas abordados em tramas paralelas da série, que procura uma intensidade próxima da realidade para focar nos conflitos dos adolescentes e na falta de diálogo entre os jovens e os pais.

Divulgação/TV Globo
- Justiça (Globoplay)

Escrita por Manuela Dias e com direção-geral de José Luiz Villamarim, "Justiça" apresenta uma narrativa ousada, com quatro tramas independentes que se cruzam em determinados momentos. O fio condutor dos protagonistas é a forma como todos são afetados pela justiça ou pela falta dela. Também não é raro que, depois de atingidos, eles comecem buscas pelo que consideram ser justiça. O roteiro, muito bem construído, propõe um quebra-cabeças ao espectador, que fica tentando ordenar a cronologia da história unindo todos os elos. A série também tira o público de uma zona de certezas e provoca dúvidas sobre os nossos comportamentos em situações extremas. Além disso, vale destacar a direção impecável de Villamarim e o elenco excelente, que tem Débora Bloch, Adriana Esteves, Jesuíta Barbosa, Jéssica Ellen e muitos outros.

Divulgação
- House (Globoplay e Amazon Prime Video)

 O médico Gregory House (Hugh Laurie) continua sendo um dos personagens mais interessantes e complexos das séries. Em oito temporadas, o médico irônico e arredio resolve os mais inusitados casos da medicina, não sem antes infernizar a vida dos colegas e discípulos. Viciado em analgésicos, House justifica o uso dos medicamentos como uma forma de driblar uma dor física, mas, na verdade, também tenta neutralizar conflitos emocionais. Pouco simpático, diagnostica os pacientes partindo do princípio de que todos mentem sobre as causas dos problemas, assim como na vida. Vivido com muita competência por Hugh Laurie, o personagem revela, ainda, uma inabilidade social crônica, com a grosseria e o sarcasmo sendo usados para manter as pessoas afastadas.

Divulgação
- Downton Abbey (Amazon Prime Video)

Em seis temporadas, a produção britânica aborda a rotina e transformações da vida de aristocratas e empregados a partir de 1912. O naufrágio do Titanic desencadeia um período de incertezas para os Crawley, que perdem o herdeiro da fortuna e da propriedade da família no acidente. Com isso, como as mulheres não tinham direito à herança na época, a riqueza do clã passa a ser direito de um primo distante, que leva uma vida bem diferente dos aristocratas. "Downton Abbey" também foca nos dramas dos empregados dos Crawley, afetados pelas mudanças que a sociedade britânica vivia naquele período. A série, que tem um texto primoroso e produção caprichada, se destaca pelo elenco muito afinado. Maggie Smith, que vive a condessa-viúva Violet, tem as melhores falas e rouba qualquer cena.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mesmo com protagonista descaracterizada, "Gabriela" foi bom entretenimento

Final de "Revenge" decepciona e desvaloriza confronto entre protagonistas

The Blacklist apresenta novo gancho para trama central e introduz spin-off arriscado