Nova temporada de "Scandal" recomeça ciclo da protagonista e abre caminhos na trama

Depois de se dedicar à destruição de uma organização secreta do governo dos Estados Unidos, a "solucionadora de problemas" Olivia Pope (Kerry Washington) está de volta à capital da terra do Tio Sam, depois de um temporada desconectada do mundo. No início do quarto ano de "Scandal", a "gladiadora" Olivia estava vivendo em uma ilha fora do mapa ao lado de Jake (Scott Foley), longe de qualquer crise da Casa Branca, para o alívio de seu pai (Joe Morton), o todo poderoso do submundo de Washington.
A volta de Olivia aos problemas do dia a dia se dá quando ela descobre a morte de Harrison (Columbus Short), vítima das conspiração do chefe do B-613, organização reconstituída após a crise que envolveu a terrorista Maya Pope (Khandi Alexander), mãe da protagonista. O retorno de Olivia é arquitetado por Quinn (Katie Lowes), que quer reunir os "gladiadores de terno" da empresa Pope & Associates para o velório de Harrison.
Mas, depois de um tempo na ilha deserta, tudo está mudado em Washington. Huck (Guillermo Diaz) deixou para trás sua vida de espião e, agora, passa os dias como atendente em uma assistência técnica de produtos eletrônicos. Já Abby (Darby Stanchfield) atendeu a um chamado da Casa Branca e trabalha como assessora de comunicação do governo, tentendo esconder sua fragilidade pela morte de Harrison.
As coisas também mudaram na Casa Branca. O presidente Grant (Tony Goldwyn) tornou-se mais triste e fechado depois da morte do filho, arquitetada pelo pai de Olivia. A primeira-dama também foi afetada pela tragédia, o que faz com que Mellie (Bellamy Young) deixe sua vaidade e pretensões políticas de lado para passar os dias andando pelos corredores da sede do governo de pijama. Todas essas alterações nos rumos dos personagens, porém, correm o risco de serem revertidas com a decisão de Olivia de não fugir mais da realidade.
Mais uma das criações de Shonda Rhimes, "Scandal" mantém o frescor nesse começo de temporada. A capacidade de criar desdobramentos para as tramas já abordadas é a principal qualidade da série, que une política e espionagem em uma equação muito atraente para o espectador. A agilidade das histórias, auxiliada por recursos de edição, também é um fator diferencial à série. Com apenas o primeiro episódio do quarto exibido, porém, ainda é difícil dizer se o seriado vai saber se reinventar e criar mais conflitos. À princípio, fica a impressão que a tarefa será bem cumprida, mas é melhor aguardar o caminhar dos próximos capítulos.
Outra menção que deve ser feita a "Scandal" é em relação à qualidade do elenco, todo muito entrosado e equilibrado. Kerry Washington continua ótima e trazendo o melhor de Olivia, como seu gênio forte e sua combatividade. Bellamy Young, Tony Goldwyn e Jeff Perry, como sempre, também são promessas para a nova temporada da série.
Explorando aspectos comuns desde a primeira temporada, como a espionagem e os bastidores dos escândalos políticos que envolvem o Congresso e a Casa Branca, "Scandal" volta em boa forma e com muitas nuances para explorar. Resta saber se todas as possibilidades de enredo não vão se desgastar ao longo do tempo. A torcida que fica é que isso não aconteça e que a série ainda tenha vida longa.

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