"Red Band Society" se inspira em "Glee" e consegue ser igualmente ruim

Com o final derradeiro de "Glee", que, diga-se de passagem, durou mais do que deveria, a Fox parece querer "tapar o buraco" deixado pelo sucesso adolescente. Em sua nova safra de seriados, o canal levou ao ar, na quarta-feira passada (17), nos Estados Unidos, um novo produto que lembra, em alguns pontos, os alunos cantantes do McKinley High. Produzida por Steven Spielberg, "Red Band Society" parece querer focar no mesmo público e consegue o mesmo feito de "Glee": é um produto televisivo insosso e ruim de "digerir".
"Red Band Society" foge dos corredores dos colégios americanos e centraliza os conflitos adolescentes em um hospital. Ali, estão internados pacientes que precisam de vigilância e cuidados médicos constantes. A trama é narrada por Charlie (Griffin Gluck), um garoto que está em coma desde um acidente que sofreu com o pai. Deitado em uma cama, aparentemente inconsciente, o menino ouve e segue de perto a vida de todos. 
O menino em coma passa a dividir o quarto com Kara (Zoe Levin), uma líder de torcida que vive pisando nos colegas por se achar superior aos outros. Levada ao hospital por conta de um desmaio, ela acaba descobrindo que possui um problema grave no coração e que, por conta do exagerado consumo de drogas e cigarro, está no final da lista de transplante do órgão.
Internados no hospital também estão Dash (Astro) e Leo (Charlie Rowe), dois rebeldes que preferem contestar as regras na instituição. Leo é um paciente que trata um câncer e que teve de amputar uma perna durante o tratamento. Ele é obrigado a receber Jordi (Nolan Sotillo) como colega de quarto, jovem que vai até o hospital em busca de tratamento para o mesmo problema de Leo. Além das características em comum, os dois ainda parecem estar interessados em Emma (Ciara Bravo), uma paciente que trata um distúrbio alimentar.
"Red Band Society" não causou uma boa primeira impressão. A trama é recheada de clichês adolescentes que não empolgam e nem provocam ganchos interessantes. A contestação jovem, o amor "água com açúcar" e, até mesmo, a líder de torcida má estão presentes na nova série, que poderia ser chamada de "Glee Hospitalar", sem as músicas, graças a Deus.
Os personagens caricatos são outro ponto fraco de "Red Band Society". Rasos, os protagonistas, a julgar pelo primeiro episódio, não parecem ser capazes  de criar conflitos interessantes que sustentem a história. A boa escalação de atores adultos não provoca nenhum efeito positivo no seriado, já que os personagens dão a impressão de serem pouco (ou nada) complexos. A ótima Octavia Spencer foi escalada para, mais uma vez, viver uma personagem durona e irreverente, que esconde um coração mole. Já Dave Annable vive, mais uma vez, um mocinho compreensivo e heroico.
Se a Fox queria levar ao ar uma série desinteressante para substituir "Glee", o canal já pode considerar a tarefa cumprida. "Red Band Society" não empolga e chega para ser mais uma "historinha adolescente", repleta de clichês e conflitos jovens caricatos. Parando para pensar, a série escolheu o cenário certo para estar ambientada: ela é tão boa quanto comida de hospital. 

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