Perseguição aos protagonistas dá tom da volta de "The Blacklist"

Depois de cair em uma armação e ser incluída na lista dos mais procurados pelo FBI, a agente Elizabeth Keen (Megan Boone) corre contra o tempo para não ser presa por seus antigos colegas. Na estreia da terceira temporada de "The Blacklist", que ocorreu na última quinta-feira (1), os papéis se inverteram e, agora, a protagonista passa a ser caçada pelas ruas de Washington, acusada de traição.
Incriminada pelas mortes de um senador e do procurador-geral dos Estados Unidos, além de ser identificada como uma espiã russa, Keen recebe a ajuda de Raymond Reddington (James Spader) para despistar o FBI. Antes apoiada na ideia de provar sua inocência, a agente não tem tanto tempo para pensar em um plano melhor do que se esconder. Utilizando todos os recursos de Reddington, os dois passam por diversos esconderijos, mas sempre são surpresos pelo cerco policial.
Para tentar deixar a cidade, Reddington e Keen recorrem aos serviços do Cultivador de Trolls, um dos bandidos que fazem parte da lista que o protagonista compartilha com o FBI. Para tentar ajudá-los a fugir, o Cultivador cria informações conflitantes para confundir a polícia, mas seu plano acaba sendo descoberto por Ressler (Diego Klattenhoff), antigo parceiro de Keen e, agora, novo chefe do batalhão especial do FBI.
Ressler, aliás, mostra-se especialmente dedicado a prender Keen e Reddington. Sentindo-se culpado pela fuga da parceira na temporada passada, que culminou nas mortes em questão, ele passa a seguir o rastro dos protagonistas e, ao mesmo tempo, questiona a participação de Cooper (Harry Lennix) nos crimes pelos quais Keen é acusada.
O primeiro episódio do terceiro ano ainda reserva uma participação mais efetiva de Dembe (Hisham Tawfiq), o fiel escudeiro de Reddington. Depois de ter a neta sequestrada, ele fica frente a frente com um homem misterioso, cujos segredos ainda não são revelados.
Confesso que, lá no início, pensei que "The Blacklist" pudesse ser uma série limitada, com uma boa história de fundo, é verdade, mas que seria muito centrada nos nomes revelados pela lista de Reddington. Hoje, no entanto, o espectador percebe facilmente que os bandidos dessa relação são apenas "ingredientes especiais" de uma receita que privilegia a história central sobre a origem de Keen e o envolvimento de Reddington em tudo isso. Com a maior parte dos segredos já revelados, o grande desafio da terceira temporada é manter a tensão da série no nível atual e reservar bons ganchos e reviravoltas ao que já foi apresentado.
Amparada por um elenco coeso, "The Blacklist" é, definitivamente, uma produção feita para que o talento de James Spader seja colocado ainda mais em evidência. Diferenciado, o ator imprime mistério, sarcasmo, humor e violência na medida certa. A entonação da fala e a expressão corporal de Spader são essenciais e fazem do protagonista um dos personagens mais interessantes da TV atual, mesmo que o mesmo seja injustamente esquecido de listas e premiações por aí afora.
É sempre bom acompanhar uma série como "The Blacklist", envolvente e de uma inteligência admirável. Mesclando suspense e ações policiais inacreditáveis, a produção é uma ótima pedida para aqueles que gostam de ser surpreendidos a cada episódio. Espero que a lista de Reddington se mostra cada vez mais extensa. 

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