O jornalismo na tv aberta


Ultimamente, tenho pensado muito no jornalismo que as televisões abertas nos oferecem. E, também tenho refletido sobre a forma como esse jornalismo é realizado. Não! Engana-se quem acha que quero, com esse modesto post, discutir os rumos do telejornalismo na tv aberta ou a forma como deve ser realizado. Quem sou eu? Sou apenas um recém-formado jornalista que sente vontade de partilhar suas ideias com outras pessoas! Quero, aqui, apenas falar.
Como já disse, tenho pensado muito sobre o porquê de o jornalismo na televisão aberta não chamar tanto a minha atenção quanto o dos canais especializados em notícias, na tv fechada. Falo isso, não como jornalista, mas como espectador! Como profissional, é um segmento que me desperta curiosidade e interesse e, é claro, que toparia trabalhar com isso um dia. Mas, como espectador, o gênero já me foi mais atrativo.
O formato de um telejornal, que apresenta uma notícia atrás da outra, apenas informando o telespectador sobre o básico, já não faz mais a minha cabeça! A informação apenas pela informação, de muito tempo, já não me agrada mais. É óbvio que é importante saber que um jovem entrou armado em uma escola e deu várias tiros, matando 12 crianças. Mas, é muito mais importante e rico para o telespectador saber as implicações que esse caso terá daqui por diante, como as discussões sobre o desarmamento e bullying ou, simplesmente, sobre como será a vida dessas crianças e pais que presenciaram esse fato.


Na televisão aberta, dentre os poucos jornais que se propõe a discutir os principais assuntos do dia, e não apenas informá-los, quero destacar o Jornal da Cultura e o Jornal da Globo. O primeiro traz, todos os dias, uma dupla de profissionais para comentar e aprofundar a discussão sobre os fatos que foram notícia. O segundo também apresenta esse aprofundamento no conteúdo, mas de uma maneira mais tímida. Possui ótimos comentaristas, porém, o que ainda prevalece é o noticíario convencional.


Alguns podem até dizer: "Se o telespectador quer aprofundamento, ele que vá procurar nos jornais do dia seguinte, na internet ou na tv fechada. Essa não é a função do telejornalismo! A função é informar!". Será mesmo que a função do telejornalismo é, apenas, informar? Acho que não! O jornalismo, no geral, tem que oferecer a informação e a discussão sobre o desdobramento desse fato para que, assim, possamos estimular o debate e o pensamento crítico do espectador/leitor/ouvinte. A televisão aberta poderia ajudar nessa função, se repensasse seu telejornalismo!
Outra coisa que me deixa incomodado é a postura dos telejornais quanto à forma de passar as informações do dia. Quem foi que disse que aquela rigidez das bancadas dos telejornais passam mais credibilidade do que a descontração? O "Estúdio I", por exemplo, é um jornal que a Globo News apresenta todos os dias, às 14 horas, e que tem como cenário uma sala de estar. Isso mesmo! Uma sala de estar onde o âncora fica sentado em uma poltrona e os comentarista em um sofá, sem a rigidez de uma bancada. Me atrevo a dizer que é o melhor noticiário da televisão brasileira pois, de novo, apresenta as notícias e aprofunda os fatos sem aquele "gesso" que os jornais da tv aberta possuem.


Vocês podem pensar: "Que petulância desse cidadão em querer criticar e questionar modelos e padrões dos telejornais na tv aberta!". Talvez, seja um pouco de petulância mesmo. Mas acho que, antes de tudo, é vontade de assistir a um noticiário mais rico de informações na tv. Certo ou errado, espero que um dia a televisão aberta possa nos presentear com telejornais mais aprofundados! E, se possível, sem o "gesso" e a rigidez de hoje!


Foto: Keity Finotti

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